Monday, December 27, 2004

A verdadeira História do Pai Natal

“Quem tiver olhos que veja, quem tiver ouvidos que oiça!”.
A história do super-homem está, à primeira vista, muito bem conseguida. Aquele homem tímido de óculos maiores que a cara, delicado, com ares de inteligente, que não ata nem desata em questões de amor, consegue quase eficazmente ocultar a figura magnífica de um ser que é super, o homem que voa e que tem visão raio X. Ora, quando comparado o seu disfarce com o do Pai Natal verificamos, surpresos, que a história do super-homem é, ao pé da do Pai Natal, um contozinho para crianças.
Para mim, e até agora não houve alguém a contrariar-me ou a apresentar-me factos irrefutáveis que contestassem a minha teoria, o Pai Natal e o Abominável Homem das Neves são a mesmíssima pessoa! É verdade, senão vejamos estes quatro princípios básicos:
Alguém possui, por acaso, provas da existência física destas duas figuras? Não, nunca ninguém os viu e muito menos conseguiu provar a sua existência. Conseguiram ambos, por engenho de uma só mente geniosa, tornar-se em figuras míticas.
Como é que o Pai Natal se expressa? “Ho! Ho! Ho!”, já alguém o ouviu dizer mais alguma coisa diferente do “Ho! Ho! Ho!”? Pois não. E o abominável homem das neves, o que dizem que costuma dizer? “Huaaa! Huaaa! Huaaa!”, enquanto, às vezes dá uns murros no peito. Exactamente!, ambos usam o mesmo “H” para transmitirem as suas repetitivas mensagens. Só um surdinho não consegue chegar lá. É que na pronúncia e no tom de voz ninguém me engana!
E a neve e as renas, pensam que aparecem por acaso? Nada disso, a neve é o habitat natural do Pai Natal. O homem vive na neve, é certo e sabido! As renas, essas, são as maiores coitadas no meio desta história toda. Acham, por ventura, que as pobres servem apenas para puxar o carrinho daquele velhinho de óculos? As renas que durante a noite de Natal dão o corpinho, estacionando em quase todas as chaminés de todo o planeta terra, são as mesma que no dia seguinte, findo os trabalhos, vão servir de merenda ao Abominável Homem das Neves. Sim, é que ninguém pense que o Pai Natal anda por aí com aquele barrigão vazio ou cheio de gases. Aquilo é musculatura formada por petiscos feitos à base de carnes selvagens. Se há alguém que é enganado (comido na minha terra) com a história do Pai Natal, não são de todo as crianças ou os leitores mais desatentos mas sim as renas que trabalham trabalham e chegam ao fim são servidas de bandeja ao abominável Pai Natal.
Para terminar a fase das evidências, qual é o disfarce mais completo para o andar curvado do peludo Abominável Homem das Neves? Um velhinho barbudo de óculos, sorridente e aprazível, claro está!
Mas este Pai Natal é um bandalho que não se fica por enganar criancinhas e as próprias renas. Não é que o homem, por um lado, enquanto Pai Natal, recebe uma percentagem dos lucros da marca de bebida mais conhecida no mundo - coca-cola – e, por outro, enquanto Abominável Homem das Neves, recebe comissões pelo número de turistas que consegue chamar à Ásia com a farsa de Yeti, aos Estados Unidos com imposturice do Bigfoot (Estes americanos são o povinho mais fácil de convencer à face da terra, qualquer poio de bosta é motivo para uma excursão turística), à Amazónia com o Mapinguari, à Austrália com a aldrabice do Yowie.
O Pai Natal e o Abominável Homem das Neves são a mesmíssima pessoa! Enfim, para suavizar esta teoria e não deixar inquietações nos espíritos mais incrédulos, fiquemos pelo axioma: O Pai Natal é o Abominável Homens das Neves bem disposto e o Abominável Homem das Neves é o Pai Natal com má disposição.
Bom natal para todos vós!